A maioria das pessoas que conheço diz, alto e bom som, que nunca perdoaria uma traição. Jura a pés juntos que era incapaz de voltar a estar com quem lhe fizesse tal coisa.
Ora bem, eu também era uma dessas pessoas. Também me considerava demasiado orgulhosa para sequer pensar em perdoar (Perdoar. Esquecer é outra coisa... nunca se esquece).
E perdoei. E não me sinto minimamente arrependida de o ter feito. Porque mostrei, a mim mesma, um outro lado de mim que julgava não ter. Mais calmo, mais tolerante. Não considero que devesse ter perdoado, mas também não me arrependo de o ter feito. Saber dar uma segunda oportunidade não deve ser motivo de vergonha. Por isso não me arrependo, apesar da relação não ter resultado.
Não, não incentivo ninguém a perdoar... até porque quem te faz uma geralmente faz-te duas. Mas erros todos os humanos cometem. E não devemos nunca ter vergonha de perdoar.
No entanto, por incrível que pareça, sempre que ouvi dizer "talvez perdoasse" as palavras vieram da boca de homens. E não homens encalhados, desesperados por arranjar parceira. Homens seguros de si e, acima de tudo, muito apaixonados. Obviamente que nem todas as pessoas apaixonadas conseguem/querem perdoar. É difícil, doloroso e um processo que precisa de ser cuidado ao longo do tempo. Mas acho que só alguém realmente apaixonado tenta sequer perdoar.
Ninguém gosta de admitir que perdoaria ser pisado. Ninguém gosta de admitir que tentaria esquecer uma traição. Ninguém gosta. Porque uma traição não é um deslize ou um impulso incontrolável - é uma falta de respeito pelo parceiro. E um sinal demasiado evidente de falta de amor... Pelo menos dentro da minha concepção do que é o verdadeiro Amor.
Porquê perdoar mesmo assim? Porque as pessoas podem mudar. Pelo menos sempre me disseram isso. Geralmente não mudam, ma
s podem mudar. Eu sei lá...
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